Revista Lofficiel | A Flor da Pele!
É realmente impressionante a repercussão do estresse na pele. Ele é capaz de aumentar a inflamação e a liberação de uma série de hormônios (como cortisol e adrenalina) que interfere em receptores e neurotransmissores em diversas regiões do corpo. “A pele é não apenas um canal imediato, como um alvo para algumas respostas à tensão, promovendo respostas inflamatórias e até imunológicas”, avisa Ana Carolina Rocha, professora de cosmiatria, de Brasília.
A pele é um órgão sensorial que permite a sensação térmica, a termorregulação, a capacidade sensitiva de tensão mecânica, a dor. Basta ver que se ficamos emocionados, nossa pele fica ruborizada ou arrepiada. “O estresse promove diversas alterações no organismo. Uma das principais é a liberação em excesso de um hormônio chamado cortisol. Esse acréscimo gera produção maior de hormônios andrógenos que leva a um aumento da secreção produzida pelas glândulas sebáceas, com isso há piora da oleosidade e surgimento da acne”, explica a dermatologista Fabiana Seidl, do Rio de Janeiro, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica.
Além disso, o estresse acelera a produção dos radicais livres, que contribuem para o envelhecimento e a flacidez, principalmente por aumentar a velocidade da degradação do colágeno, proteína responsável pela sustentação da pele. “Existem também doenças de pele como psoríase, vitiligo, dermatite seborreica e rosácea que possuem relação de piora das lesões com níveis maiores de estresse”, diz Fabiana.
Menos é mais!
É sabido que aplicar várias camadas de produtos pode irritar a pele. E, vamos combinar, fazer isso em tempos de pele já estressada pode não ser uma boa ideia. O fato é que a tendência de rotina mais minimalista pegou. Essa nova onda é regida pelo cuidado básico – mas eficiente. Trocando em miúdos, lavar, hidratar e proteger. Repetindo esse trio com afinco, os resultados vêm – e sem sensibilidade extra. “Um dos maiores erros que observo na minha prática diária é o excesso de produtos que as pacientes utilizam, por influência das redes sociais. Com a pandemia, passamos a valorizar o que realmente importa. Não precisamos perder tempo e nem investir em produtos e tratamentos que não vão trazer benefício verdadeiro”, fala Fabiana Seidl.
Pé no freio dos ácidos
Ácido renova a pele, tem ação antienvelhecimento e clareadora – o que é uma demanda de pandemia. “Muitas pacientes estão reclamando de pele manchada por passarem horas na frente do computador, sem filtro solar”, fala a dermatologista Silvia Zimbres, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e médica responsável da Clínica Doux, de São Paulo. No entanto, a médica recomenda, no lugar dos derivados de vitamina A (como o ácido retinóico), geralmente irritativos, os alfahidroxiácidos, como os glicólicos. “Eles têm os mesmos benefícios, sem causar a desidratação da pele.” Em outras palavras, um ativo mais suave para essa fase difícil.